segunda-feira, 13 de setembro de 2010

BEM CASADOS?




Do livro “À mesa com Monteiro Lobato”, tomaram-se receitas encontradas em um “velho caderno de capa vermelha”, copiadas de um livro de D.Purezinha, em 1908, ano do seu casamento com o escritor.

A mim, me pareceram pitorescas, não só, logicamente, a linguagem da época, quanto a forma de lidar com os ingredientes, suas próprias medidas e tretas.
Que será preciso para que se façam os bem-casados?
Fica logo claro que não é fácil!

Toma-se libra e meia de açúcar em ponto de pasta...

Aí já começa a dificuldade: uma libra e meia de açúcar equivale a 453,59237 gramas + 226,79618 gramas = 680,38855 gramas.

Como se não bastasse, em ponto de pasta, isto é, é preciso fazer uma calda grossa com o açúcar.

Esfria-se, mistura-se-lhe 1 garrafa de leite e 12 gemas batidas, mexe-se bem e volta ao fogo, para engrossar com a farinha de arroz muito fina (que a massa não fique dura!), até formar uma espécie de nata. O que, feito, forminhas untadas e forno.

Será essa, afinal, a receita de Monteiro Lobato e D. Purezinha, receita de precisão, delicadeza, paciência e apuro, para a possibilidade de um bom encontro?

O que entenderam eles por serem bem-casados?

Quem, nestes tempos fast de amores líquidos, e, não de açúcares em ponto de pasta, se habilitaria a tanto cuidado e investimento para a feitura deste enlace?

Minha nutricionista, com certeza, chamaria a atenção para o risco mortífero do colesterol e da glicose...

Um comentário:

  1. Ah, meu Deus!
    Vim ler, avidamente,crente que ia garantir o bom casamento da minha filha!!!
    Mas, parece que não é mesmo tão fácil...
    Talvez precise recorrer a 'pessoa mais experiente'.
    De toda forma, se alguém tiver uma receita mais adequada aos tempos modernos, continuo me interessando.
    Querida Ângela, acompanho todos os seus blogs, que sempre me dizem muito, cada um em sua especialidade.
    Um beijo. Beatriz

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