terça-feira, 21 de dezembro de 2010

"Camarão na moranga, gente"!!!! e ...Viva o Natal e o Ano Novo!!!




1 moranga – 1 ½kg de camarões limpos – 1 lata de creme de leite sem soro – 1 copo de requeijão – 8 tomates sem pele e sem sementes – 1 cebola batidinha – 1 dente de alho amassado – ½ cálice de vinho branco – champignons a gosto – 1 colher de manteiga – azeite de oliva, sal e pimenta do reino a gosto

Corte a parte de cima da moranga, como se fosse tirar uma tampa. Tire as sementes e cubra com água em uma panela com um pouco de sal e ponha para cozinhar até que a polpa da abóbora esteja macia. Reserve. Em uma panela, refogue a cebola e o alho. Coloque os camarões para refogar levemente, tempere com sal e pimenta do reino. Coloque os tomates picados deixando soltar a água para fazer um molho. Acrescente o champignon e o vinho. Deixe cozinhar por uns 30 minutos em fogo brando. Atenção: os camarões não devem cozinhar por muito tempo porque podem endurecer e desidratar demais. Desligue o fogo, acrescente o creme de leite, misturando bem. Dentro da moranga, vá colocando em camadas intercaladas o molho de camarão e o requeijão, até em cima da moranga. Passe um pouco de manteiga na parte externa da moranga e leve ao forno médio por uns 20 minutos. Dica: enfeite a moranga com alguns camarões grandes aferventados em água e sal.

domingo, 5 de dezembro de 2010

A INAUGURAÇÃO DO FOGÃO

Nós e o dia feliz da inauguração do fogão!

Alguém, algum dia, já promoveu a cerimônia oficial da "inauguração de um fogão" ? Pois eu, sim!
Depois da contingência trágica de ter um fogão de 6 bocas, e olha que éramos muito mais que 6, desaparecido súbita e misteriosamente (talvez, nem tão súbita e nem tão misteriosamente, mas com certeza, surpreendentemente) de nossa casa de sítio, resolvemos em dois tempos, providenciar outro e não deixar que nossa alegria, de cozinhar, de nos encontrarmos e de viver em torno da cozinha nossos melhores momentos, desaparecessem junto com o fogão! Assim fizemos! E num átimo, em torno dele, decidimos registrar este momento festivo, com uma comidinha boa, massinha caprichada, e uma foto que não deixasse dúvidas de que a vida iria continuar e...boa, como fazemos questão!

Espaguete com molho de carne moída e requeijão

500 gr de espaguete
500 gr de patinho moído(s)
1 unidade de cebola picada
7 dentes de alho amassados
1 lata de molho de tomate
400 gr de requeijão culinário
1 colher  sopa de manteiga
manjericão a gosto
sal
pimenta-do-reino branca moída


Cozinhe a macarrão até que ele fique "al dente". Reserve. Doure o alho e a cebola e em seguida coloque a carne moída até ela fritar bem. Despeje o molho de tomate, o manjericão o sal e a pimenta-do-reino. Coloque o requeijão e deixe no fogo por uns 3 minutos. Numa outra panela, coloque a manteiga, deixe derreter e coloque um pouco de cebola picada. Jogue o macarrão, misture e leve-o para um recipiente. Despeje o molho por cima.

Se tem um fogão antigo, velho companheiro de aventuras, curta-o.
 Se tem um novo, inaugure-o! E siga em frente, que a vida te espera!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

FAMÍLIA, PRATO DIFÍCIL DE PREPARAR*


São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo.
Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência. Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível.


Às vezes, dá até vontade de desistir. Preferimos o desconforto do estômago vazio. Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio.
 Mas a vida, (azeitona verde no palito) sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite. O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares.
Súbito, feito milagre, a família está servida.
Fulana sai a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria?Solou, endureceu, murchou antes do tempo. Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele, o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente.
E você? É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me fazer companhia. Como saiu no álbum de retratos? O mais prático e objetivo? A mais sentimental? A mais prestativa? O que nunca quis nada com o trabalho? Seja quem for, não fique aí reclamando do gênero e do grau comparativo.
Reúna essas tantas afinidades e antipatias que fazem parte da sua vida.

Não há pressa. Eu espero. Já estão aí? Todas? Ótimo.
Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados.
Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola.
Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo.
 De alegria, de raiva ou de tristeza. 
Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco.
 Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.
Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre.
Família é prato extremamente sensível.

 Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido.
Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional.
 Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada. 
O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini; Família à Belle Meunière; Família ao Molho Pardo, em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria. Família é afinidade, é “à Moda da Casa”. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.
Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seriam assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.  

Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na  lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo.
Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete."

*de "O Arroz de Palma,de Francisco Azevedo)