terça-feira, 23 de novembro de 2010

D. Tiana, personagem "quase" bíblica, e suas desventuras em série! Ou as de sua patroa, D.Sol

D. Sol, encaminha-nos este texto, segundo ela, para que as irritações advindas de certas 'pendengas' da vida, se esvaiam, quando de sua escrita desses 'causos' pitorescos e verídicos de seu cotidiano.

"D. Tiana tem verdadeira veneração pela "palavra do Evangelho", só que ela não sabe ler, e a dita palavra lhe é passada por um pastor, que... digamos, tem uma maneira muito peculiar de interpretar a "palavra do senhor". Ela não pode ver televisão, cortar o cabelo, usar enfeites, calça comprida, vestido sem manga e vai por aí uma infinidade de proibições ditadas pela Biblia, leia-se, o pastor. Inverno passado, ela me queixou que onde ela mora, perto de mata fechada, ela estava sentindo muito frio nas pernas e estas estavam "fovêras" (sabe o que é isso, né?). Aí comprei um training bem quentinho prá ela dormir e muito satisfeita fui dar de presente prá ela. Fui tomada de surpresa com a recusa do presente.
-"O pastor disse que a Bíblia proibe usar roupa de homem".
- "Mas, mesmo prá dormir? Debaixo das cobertas?" 
- "É, mas, Deus vê". E eu furiosa:
- "OK. Deus vê a senhora pelada quando toma banho. Qual é o problema? Qual é pior? De roupa de homem ou pelada?" 
Gastei meu latim O pastor sabe tudo de Bíblia e eu sou só uma pobre coitada ignorante do velho testamento. (compreenda-se, o velho testamento é que proibe todas essas coisas, o novo testamento é mais modernete e introduziu algumas ousadias pouco recomendáveis).
 E sua fidelidade ao pastor não cede nem um milímetro, mesmo quando ela me contou que tinha de lavar a Igreja todinha, banco por banco, porque não tinha dinheiro prá dar o dízimo, e eu disse:
-"Ah! É? Onde estava seu pastor, quando você, viúva, passava fome com cinco crianças, dentro de uma casa sem portas ou janelas. Alguma vez ele foi visitar você, tomou conhecimento das suas necessidades?"
E ela imperturbável:
- "Não. Ele não visita, nem as muié viúva, nem as muié separada, porque ele pode ficar falado".

Diante desse argumento. só resta a D. Sol recolher-se a sua insigne ficância.

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