terça-feira, 21 de dezembro de 2010

"Camarão na moranga, gente"!!!! e ...Viva o Natal e o Ano Novo!!!




1 moranga – 1 ½kg de camarões limpos – 1 lata de creme de leite sem soro – 1 copo de requeijão – 8 tomates sem pele e sem sementes – 1 cebola batidinha – 1 dente de alho amassado – ½ cálice de vinho branco – champignons a gosto – 1 colher de manteiga – azeite de oliva, sal e pimenta do reino a gosto

Corte a parte de cima da moranga, como se fosse tirar uma tampa. Tire as sementes e cubra com água em uma panela com um pouco de sal e ponha para cozinhar até que a polpa da abóbora esteja macia. Reserve. Em uma panela, refogue a cebola e o alho. Coloque os camarões para refogar levemente, tempere com sal e pimenta do reino. Coloque os tomates picados deixando soltar a água para fazer um molho. Acrescente o champignon e o vinho. Deixe cozinhar por uns 30 minutos em fogo brando. Atenção: os camarões não devem cozinhar por muito tempo porque podem endurecer e desidratar demais. Desligue o fogo, acrescente o creme de leite, misturando bem. Dentro da moranga, vá colocando em camadas intercaladas o molho de camarão e o requeijão, até em cima da moranga. Passe um pouco de manteiga na parte externa da moranga e leve ao forno médio por uns 20 minutos. Dica: enfeite a moranga com alguns camarões grandes aferventados em água e sal.

domingo, 5 de dezembro de 2010

A INAUGURAÇÃO DO FOGÃO

Nós e o dia feliz da inauguração do fogão!

Alguém, algum dia, já promoveu a cerimônia oficial da "inauguração de um fogão" ? Pois eu, sim!
Depois da contingência trágica de ter um fogão de 6 bocas, e olha que éramos muito mais que 6, desaparecido súbita e misteriosamente (talvez, nem tão súbita e nem tão misteriosamente, mas com certeza, surpreendentemente) de nossa casa de sítio, resolvemos em dois tempos, providenciar outro e não deixar que nossa alegria, de cozinhar, de nos encontrarmos e de viver em torno da cozinha nossos melhores momentos, desaparecessem junto com o fogão! Assim fizemos! E num átimo, em torno dele, decidimos registrar este momento festivo, com uma comidinha boa, massinha caprichada, e uma foto que não deixasse dúvidas de que a vida iria continuar e...boa, como fazemos questão!

Espaguete com molho de carne moída e requeijão

500 gr de espaguete
500 gr de patinho moído(s)
1 unidade de cebola picada
7 dentes de alho amassados
1 lata de molho de tomate
400 gr de requeijão culinário
1 colher  sopa de manteiga
manjericão a gosto
sal
pimenta-do-reino branca moída


Cozinhe a macarrão até que ele fique "al dente". Reserve. Doure o alho e a cebola e em seguida coloque a carne moída até ela fritar bem. Despeje o molho de tomate, o manjericão o sal e a pimenta-do-reino. Coloque o requeijão e deixe no fogo por uns 3 minutos. Numa outra panela, coloque a manteiga, deixe derreter e coloque um pouco de cebola picada. Jogue o macarrão, misture e leve-o para um recipiente. Despeje o molho por cima.

Se tem um fogão antigo, velho companheiro de aventuras, curta-o.
 Se tem um novo, inaugure-o! E siga em frente, que a vida te espera!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

FAMÍLIA, PRATO DIFÍCIL DE PREPARAR*


São muitos ingredientes. Reunir todos é um problema, principalmente no Natal e no Ano Novo.
Pouco importa a qualidade da panela, fazer uma família exige coragem, devoção e paciência. Não é para qualquer um. Os truques, os segredos, o imprevisível.


Às vezes, dá até vontade de desistir. Preferimos o desconforto do estômago vazio. Vêm a preguiça, a conhecida falta de imaginação sobre o que se vai comer e aquele fastio.
 Mas a vida, (azeitona verde no palito) sempre arruma um jeito de nos entusiasmar e abrir o apetite. O tempo põe a mesa, determina o número de cadeiras e os lugares.
Súbito, feito milagre, a família está servida.
Fulana sai a mais inteligente de todas. Beltrano veio no ponto, é o mais brincalhão e comunicativo, unanimidade. Sicrano, quem diria?Solou, endureceu, murchou antes do tempo. Este é o mais gordo, generoso, farto, abundante. Aquele, o que surpreendeu e foi morar longe. Ela, a mais apaixonada. A outra, a mais consistente.
E você? É, você mesmo, que me lê os pensamentos e veio aqui me fazer companhia. Como saiu no álbum de retratos? O mais prático e objetivo? A mais sentimental? A mais prestativa? O que nunca quis nada com o trabalho? Seja quem for, não fique aí reclamando do gênero e do grau comparativo.
Reúna essas tantas afinidades e antipatias que fazem parte da sua vida.

Não há pressa. Eu espero. Já estão aí? Todas? Ótimo.
Agora, ponha o avental, pegue a tábua, a faca mais afiada e tome alguns cuidados.
Logo, logo, você também estará cheirando a alho e cebola.
Não se envergonhe de chorar. Família é prato que emociona. E a gente chora mesmo.
 De alegria, de raiva ou de tristeza. 
Primeiro cuidado: temperos exóticos alteram o sabor do parentesco.
 Mas, se misturadas com delicadeza, estas especiarias, que quase sempre vêm da África e do Oriente e nos parecem estranhas ao paladar tornam a família muito mais colorida, interessante e saborosa.
Atenção também com os pesos e as medidas. Uma pitada a mais disso ou daquilo e, pronto, é um verdadeiro desastre.
Família é prato extremamente sensível.

 Tudo tem de ser muito bem pesado, muito bem medido.
Outra coisa: é preciso ter boa mão, ser profissional.
 Principalmente na hora que se decide meter a colher. Saber meter a colher é verdadeira arte. Uma grande amiga minha desandou a receita de toda a família, só porque meteu a colher na hora errada. 
O pior é que ainda tem gente que acredita na receita da família perfeita. Bobagem. Tudo ilusão. Não existe Família à Oswaldo Aranha; Família à Rossini; Família à Belle Meunière; Família ao Molho Pardo, em que o sangue é fundamental para o preparo da iguaria. Família é afinidade, é “à Moda da Casa”. E cada casa gosta de preparar a família a seu jeito.
Há famílias doces. Outras, meio amargas. Outras apimentadíssimas. Há também as que não têm gosto de nada, seriam assim um tipo de Família Dieta, que você suporta só para manter a linha. Seja como for, família é prato que deve ser servido sempre quente, quentíssimo. Uma família fria é insuportável, impossível de se engolir.  

Enfim, receita de família não se copia, se inventa. A gente vai aprendendo aos poucos, improvisando e transmitindo o que sabe no dia a dia. A gente cata um registro ali, de alguém que sabe e conta, e outro aqui, que ficou no pedaço de papel. Muita coisa se perde na  lembrança. Principalmente na cabeça de um velho já meio caduco como eu. O que este veterano cozinheiro pode dizer é que, por mais sem graça, por pior que seja o paladar, família é prato que você tem que experimentar e comer. Se puder saborear, saboreie. Não ligue para etiquetas. Passe o pão naquele molhinho que ficou na porcelana, na louça, no alumínio ou no barro. Aproveite ao máximo.
Família é prato que, quando se acaba, nunca mais se repete."

*de "O Arroz de Palma,de Francisco Azevedo)

terça-feira, 23 de novembro de 2010

D. Tiana, personagem "quase" bíblica, e suas desventuras em série! Ou as de sua patroa, D.Sol

D. Sol, encaminha-nos este texto, segundo ela, para que as irritações advindas de certas 'pendengas' da vida, se esvaiam, quando de sua escrita desses 'causos' pitorescos e verídicos de seu cotidiano.

"D. Tiana tem verdadeira veneração pela "palavra do Evangelho", só que ela não sabe ler, e a dita palavra lhe é passada por um pastor, que... digamos, tem uma maneira muito peculiar de interpretar a "palavra do senhor". Ela não pode ver televisão, cortar o cabelo, usar enfeites, calça comprida, vestido sem manga e vai por aí uma infinidade de proibições ditadas pela Biblia, leia-se, o pastor. Inverno passado, ela me queixou que onde ela mora, perto de mata fechada, ela estava sentindo muito frio nas pernas e estas estavam "fovêras" (sabe o que é isso, né?). Aí comprei um training bem quentinho prá ela dormir e muito satisfeita fui dar de presente prá ela. Fui tomada de surpresa com a recusa do presente.
-"O pastor disse que a Bíblia proibe usar roupa de homem".
- "Mas, mesmo prá dormir? Debaixo das cobertas?" 
- "É, mas, Deus vê". E eu furiosa:
- "OK. Deus vê a senhora pelada quando toma banho. Qual é o problema? Qual é pior? De roupa de homem ou pelada?" 
Gastei meu latim O pastor sabe tudo de Bíblia e eu sou só uma pobre coitada ignorante do velho testamento. (compreenda-se, o velho testamento é que proibe todas essas coisas, o novo testamento é mais modernete e introduziu algumas ousadias pouco recomendáveis).
 E sua fidelidade ao pastor não cede nem um milímetro, mesmo quando ela me contou que tinha de lavar a Igreja todinha, banco por banco, porque não tinha dinheiro prá dar o dízimo, e eu disse:
-"Ah! É? Onde estava seu pastor, quando você, viúva, passava fome com cinco crianças, dentro de uma casa sem portas ou janelas. Alguma vez ele foi visitar você, tomou conhecimento das suas necessidades?"
E ela imperturbável:
- "Não. Ele não visita, nem as muié viúva, nem as muié separada, porque ele pode ficar falado".

Diante desse argumento. só resta a D. Sol recolher-se a sua insigne ficância.

Pernil com Coca-Cola. Este é dos bons para o Natal ou Reveillon!!!

Se for receber muita gente, a saída é preparar uma carne deliciosa com bons acompanhamentos, para fazer face ao entusiasmo da época e das pessoas! O Pernil com Coca-Cola faz esse papel! Aproveitem!
                Ingredientes
  • 1pernil (perna traseira) suíno pesando aproximadamente 6kg
Para o Tempero
  • 1 litro de coca-cola
  • 2 colheres de sopa de salsinha picada
  • 2 colheres de chá de coentro picado
  • 1 colher de chá de cominho picado
  • 1 colher de chá de manjericão picado
  • 1 cebola grande descascada e ralada
  • ½ colher de café de pimenta-do-reino preta, moída
  • 1 colher de café de sal
Modo de Preparar
Você vai precisar de uma panela bem grande, de ferro ou alumínio, em que caiba o pernil inteiro. Aproveitando a própria gordura do pernil aquecido, frite-o na panela junto com todos os ingredientes de tempero (menos a coca-cola). Quando estiver bem marcado de todos os lados (mais ou menos 1 hora de fritura, sempre virando a peça para que fique dourada por igual), apague o fogo. Deixe esfriar, transfira para uma vasilha de plástico ou vidro e acrescente a coca-cola. Deixe marinar durante 6 horas. Em seguida coloque o pernil numa assadeira, regue com a marinada e leve ao forno forte (200º), pré-aquecidos durante 4 horas. Diminua o forno para médio (170 / 180º) e deixe mais 1 hora.

sábado, 20 de novembro de 2010

De olho no Natal, um Filé na mira !



"Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante que a
velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa....." Clarice Lispector



Quem disse que a gente tem sempre de servir pernil, peru, tender e outras comidas tradicionais, só porque é Natal? Vamos inovar, gente! A vida é pra ser inventada a toda hora! Então aí vai uma sugestão:

Filé Mignon de Natal

1 peça de filé mignon
5 ameixas secas sem caroço cortadas ao meio
½ xícara de (chá) de lascas de queijo parmesão
2 envelopes de caldo de legumes em pó
5 damascos secos cortados em tiras
1 colher de (chá) de noz-moscada
1 xícara de vinho branco seco

Para o refogado:
3 colheres de (sopa) de cebolinha picada
6 xícaras de cogumelos variados picados
8 grãos de pimenta-do-reino branca
2 colheres de (sopa) de manteiga
1 xícara de cenoura baby cozida
2 colheres de (sopa) de mel
Sal a gosto


Tempere o filé com o vinho, o caldo de legumes e a noz-moscada. Coloque para marinar por 2 horas na geladeira. Tire a carne da marinada, reservando o caldo. Faça furos na carne com uma faca bem fina e introduza as tiras de damasco, os pedaços de ameixa e o queijo parmesão nas cavidades. Envolva a carne em papel alumínio, coloque numa assadeira e leve ao forno pré-aquecido alto, por 40 minutos. Retire o papel alumínio e deixe dourar. Retire do forno e corte em fatias. Faça o molho. Derreta a manteiga e frite a pimenta para soltar o aroma. Retire os grãos, coloque os cogumelos, refogando-os até murchar. Acrescente a cenoura, o mel e o caldo da marinada reservada. Cozinhe até reduzir bem. Adicione a cebolinha e desligue o fogo. Sirva a carne acompanhada do molho.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

NEIMAN-MARCUS COOKIES HOUSE RECIPE. Essa é bacana para o Natal!!!


> 2 xícaras de manteiga
> 4 xícaras de farinha de trigo
> 2 colheres de bicarbonato de sódio
> 2 xícaras de açúcar
> 5 xícaras de aveia liquidificada (meça a aveia e depois liquidifique até
> convertê-la em pó)
> 800 gramas de raspas de chocolate
> 2 xícaras de açúcar mascavo
> 1 colher de sal
> 1 barra de chocolate Hershey de 264 gramas (ralada)
> 4 ovos
> 2 colheres de fermento em pó
> 2 colheres de baunilha
> 3 xícaras de nozes trituradas (se assim o desejar)
>
> Bata a manteiga com os dois açúcares até formar um creme.
> Adicione os ovos e a baunilha.
> Misture com a farinha, a aveia, o sal, o pó de fermento e o bicarbonato.
> Agregue as raspas de chocolate, a barra ralada de chocolate e as nozes.
> Faça pequenas bolinhas (do tamanho de uma moeda de 5O centavos
> ligeiramente comprimida. Elas se expandirão no forno tomando a forma de
> bolachas) e coloque numa forma separadas 5 cm umas das outras.
>
> Mantenha no forno a 375 graus por 10 minutos.
>
> Esta receita rende 112 bolachas.Você pode fazê-las para receber suas visitas de Natal, ou dar de presente em pequenos e lindos pacotes! É legítimo cookie!!!
>
>

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

OS SIMPLES DE CORAÇÃO E A HORA DE "MURÇÁ"

Foi buscar os óculos da patroa, a pedido desta, e depois perguntou, muito séria:
— Afinal de contas, a gente diz "ócris" ou "zócris"?
A empregada veio anunciar o almoço:
— Gente, tá na hora de murçá.
— Não é assim que se fala — corrigiu a patroa.
E ela, imperturbável:
— Eu sei que é "armuçá". Mas eu quero falar murçá.

(Fernando Sabino, texto extraido de "Livro Aberto", 2001, Ed Record)
Este pequeno texto lembrou-me tantas outras e semelhantes historinhas que certamente temos, mineiros, de nossas auxiliares de cozinha, que, simples de coração, trazem à nossa vida o sabor primitivo e verdadeiro de seu linguajar e de sua comida:. Pra gente não esquecer... aí vai uma receitinha mineiríssima, de uma 'sobremesa' que não tem hora!

Receita Deliciosa de Canjica
 
  500 gr  de canjica branca cozida
  250 gr  de amendoim torrado e moído (dose a quantidade)
  1 vidro de doce de leite com ameixa (diet ou normal)  de São Lourenço ou de Araxá (por    aos  poucos, provando para ficar de bom paladar)
  leite
  côco ralado, se desejar.
 
  Servir quente, se for inverno, ou, se lhes aprouver, à noite, ou gelado, se for verão.Toda hora é hora!
. É simplesmente uma delícia. 

domingo, 14 de novembro de 2010

Doce mineirinho de pão...parecença com ambrosia! Econômico e delicioso!


Doce de pão, mineirinho. *

-1 litro de leite;
-1 xícara de chá de açúcar;
-1 pitada de sal;
-4 paus de canela;
-2 pães tipo francês, picados;
-meia lata de leite condensado;
-canela em pó a gosto

Modo de preparar:

-Numa panela, coloque o leite, o açúcar, o sal e a canela. Leve ao fogo médio por 30 a 40 minutos ou até formar um doce de leite ralo.
- Adicione os pães e deixe ferver por cerca de 15 minutos. Acrescente o leite condensado, misture bem e cozinhe por mais 5 minutos.
-Retire do fogo, transfira o doce para uma compoteira, salpique canela em pó e sirva em seguida.

* A receita é de Neusa Rennó, talvez mineira, talvez apenas amante de Minas e dos mineiros. De qualquer modo, como disse Foucault... ‘ Que importa quem fala, disse alguém, que importa?’ (veja mais em http://amotorresmo.blogspot.com/2010/08/que-importa-quem-fala-disse-alguem-que.html .)
E a contribuição carinhosa  de apreciador é de Nilson Magno Baptista e de sua mulher, de S. João Nepomuceno, Minas Gerais.

sábado, 13 de novembro de 2010

D. Sebastiana merece o prêmio "IGNOBEL" ! De Simpatia!



 Depois de graves problemas de vista, D. Sol, patroa de Sebastiana, passou a ter, com frequência, irritações nos olhos, alergias, conjuntivites, lacrimejamentos, enfim, toda a sorte de sofrimentos aí localizados.
Mas parece que não só aí. Não é assim para quem tem uma ajudante como D. Sebastiana. Explico-me.
 Após uma recente alergia ao colírio, que a deixou com cara de elefante, com tudo inchado, e no meio das idas e vindas ao oftalmologista, D. Sol ouviu da prestimosa D. Tiana tomada, neste dia, da inspiração de Madre Tereza o seguinte conselho:
-"Olhe, nóis tinha sempre essas coisa nos óios, um dia minha mãe resorveu fazê uma simpatia. Foi lá no mato, caçou bosta de cuêi, e obrigou nóis a comer, quem não comesse apanhava. Daí, nóis nunca mais tivemo nada nos óio".
O oftalmologista de D. Sol já está avisado: mais uma crise e bosta de cuêi nela!
 E o pior é que ela, a Sebastiana, acredita piamente - "a fé remove montanhas e bosta de cuêi, com fé, cura qualquer zói prijudicado". 
Eu, de minha parte, acredito piamente que há neste mundo donas sóis, donas sebastianas, madres terezas, sofrimentos espalhados, como bostas de cuêi, e quem acredite neles como maneira de se aliviar de males maiores!
 Fédemenos e fédemais...É escolher.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Ah meu deus!!! Meu doce predileto! Ambrosia com afeto!



Ah meu deus! Meu doce predileto...com açucar e com afeto...para comemorar!!! O amor, o aniversário, os desaniversários (como anuncia o coelhinho de Alice) de todos os dias, e o gostinho de todos os encontros, mesmo os desencontrados, que são os mais comuns...talvez os verdadeiros.

Ambrosia queimadinha

1 litro de leite
1 lata de leite condensado
1 lata de creme de leite
4 ovos
1 xícara de açúcar
Queimar o açúcar em uma panela grande.Acrescentar o leite e deixar no fogo, mexendo de vez em quando.Acrescentar o leite condensado.Continuar mexendo.Bater os ovos e acrescentar mexendo sempre.
Por último, acrescentar o creme de leite.Deixar mais um pouco no fogo.
Colocar em um pote de vidro e por para gelar.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

UÁI, DE ONDE VEM ISSO, UÁI ?

Uai! Não é uai! – No governo de Juscelino Kubtschek uma pesquisa foi feita, e foi aí que se encontrou uma explicação provavelmente confiável da origem do termo mineiro.Os inconfidentes mineiros,patriotas,mas considerados subversivos pela Coroa portuguesa,comunicavam-se através de senhas para se protegerem da polícia lusitana.Como conspiravam nos porões e sendo quase todos de origem maçônica,recebiam os companheiros com as três batidas clássicas da maçonaria nas portas dos esconderijos.Lá de dentro perguntavam: Quem é? E os de fora respondiam: UAI (as iniciais de União,Amor e Independência).Só mediante o uso dessa senha a porta seria aberta aos visitantes.Terminada a Conjuração,da revolta só sobrou a senha,que acabou virando costume entre o povo mineiro.Os mineiros assumiram a simpática palavrinha, e a partir de então, incorporaram ao vocabulário cotidiano,quase tão imprescindível como o tutu de feijão , a banda de música e o trem.¨ (O autor deste texto é nosso amigo José Carlos Henriques Barroso.
*contribuição de Nilson Magno Batista, de S.João Nepomuceno, a propósito do "Sotaque das Mineiras", http://amotorresmo.blogspot.com/2010/10/sotaque-das-mineiras-que-nem-torresmoe.html

terça-feira, 9 de novembro de 2010

ACORDA, RÉ! D.SEBASTIANA ATACA NOVAMENTE!





" A corda ré do meu violão arrebentou.
Antes de ir comprar outra e pedir ao vendedor que trocasse prá mim, resolvi tomar vergonha na cara, peguei um cotonete e comecei a tirar a poeira das cravelhas e reentrâncias do dito.
 Foi quando 'ela', leia-se a terrível D.Sebastiana, a destruidora, apareceu, toda gentileza e sedução:
- "Se quiser eu limpo isso num instante".
-"Como?" perguntei.
-"Eu lavo com Veja". TOIM! Quase caí dura!
Então, já sabem!Quem quiser limpar as teclas do seu piano, ou qualquer outro instrumento, é só lavar tudo com 'Veja', água sanitária, etc. Ou chamar imediatamente D.Tiana! Tirante que ela anda "chupando" meus brincos com o aspirador de pó. É só deixar as jóias da coroa dando bobeira que, zapt!
Pior do que isso, só uma amiga minha que tinha uma coleção de santos antigos que era seu orgulho. Vai daí que ela fez uma viagem e a empregada resolveu fazer uma surpresa prá patroa: pegou uma lixa e removeu as partes escuras dos santos, ficaram limpinhos, limpinhos e 'quase' produziram um infarto na minha amiga.  Fazer o que, né? "
 *(Depoimento pungente de minha amiga Solange, de novo, achacada e provocada profundamente por sua faxineira, melhor dizendo, inocente e ignara algoz!!! E ao que parece, contratada para sempre!)

A mim, me cabe observar que não só ela, mas muitas das mulheres e donas de casa e de violões, pianos e outros amores, sofrem disso! Uma sonolência letárgica e perigosa na relação com suas 'auxiliares'. Diria a cada uma delas, aproveitando esta quase tragédia :
- "Acorda, ré!"....

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O dia em que o cabelo de Marilyn se transformou na barba de Papai Noel!


"Acho que vou ter de escrever um livro sobre a minha faxineira: "Pérolas da D. Sebastiana".
Quem a conhece, concorda  comigo, antes que essas pérolas caiam no ostracismo.
Vejamos: Comprei uma camiseta vermelha com a cara da Marilyn Monroe silkada em branco na frente (não porque goste muito dessa atriz, mas, porque a malha era fresquinha e o preço convidativo).
 Quando apareço com ela em casa, D. Tiana olha, olha, depois me pergunta:
- "Você votou naquele palhaço?"
- "Que palhaço? O Serra?".
Resposta:
- "Não, aquele que não sabe ler".
- "Ora, D. Tiana, aquele palhaço, só quem votou nele foram os paulistas."
- "Uái, então, porque você está com a camiseta de propaganda dele..."?
 Ei... esperem aí, não acabou não! Ofendida  eu disse:
-"Preste bem atenção em quem está aqui!", abri bem a camiseta prá ela ver melhor e aí veio a observação:
-"Ah! Agora eu vi... É Papai Noel!"
 Esse foi o dia em que os cabelos platinados da Marilyn se transformaram na barba do Papai Noel... Suspiro!*

Mas como nem só de suspiro vivem as patroas e nem só de D. Tianas se sofre, a lembrança feliz de Papai Noel me trouxe uma outra deliciosa de D.Josefina, vovó Pina, italiana de olhos verdes plácidos e mãos abençoadas e as gostosuras de Natal. Aí vai uma delas!



Aletria de Natal

Ingredientes:
  • 150 g aletria (macarrãozinho cabelo de anjo)
  • 500 ml leite
  • 200 g açúcar
  • 50 g manteiga
  • 4 gemas de ovo
  • 1 limão
Confecção:
Ponha água a ferver numa caçarola. Desfaça as "madeixas" da aletria, com as mãos e introduza-a na caçarola deixando cozer durante 5 minutos.
Aqueça o leite com a casca fina do limão. Vá colocando o leite aos poucos na caçarola com a aletria, que deve estar em fogo brando, mexendo sempre. Junte a manteiga e depois o açúcar.
Bata as gemas e adicione-lhes um pouco de leite. Retire a aletria do fogo juntando-lhe as gemas cuidadosamente. Leve de novo ao fogo, por mais 2 minutos.
Ainda quente, ponha a aletria numa travessa. Deixe amornarr um pouco e polvilhe com canela.

 Vovó Pina preferia colocar no leite um pouco de essência de baunilha, colocar a aletria pronta em taças e jogar-lhe em cima uma calda leve de ameixa. Deliciosa!

*A estorinha de D. Sebastiana foi-nos contada por minha amiga Solange, pessoa de muito humor que faz as pequenas tragédias do cotidiano se revestirem do maior glamour...glamour marilyniano!



quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Galopé! Galoucura! Amores Vigentes!



Este delicioso prato veio da "Comida de Buteco", imaginem o astral!
Não pensem em calorias mas em calor e rios de prosa!
 Prosa suculenta, inspiração farta, que não farta, amigos e ocasião de encontro ou mesmo desencontros bem sucedidos, como são os bons encontros!
Galo e pé ( ou mão de porco), Galo de pé, como a gente espera até o final do campeonato,  a galope, ... e vamos nós, "vivendo e aprendendo a jogar". Galo! paixão renovada a cada momento da vida!
Enquanto isso, ao Galopé!

Galopé
Ingredientes:
01 galo (4 a 5kg) cortado em pedaços médios
05 kg de mãozinha de porco cortados em pedaços médios
02 colheres (sopa) de coloral
10 dentes de alho processados
04 colheres de tempero de alhos e sal
02 colheres (sopa) de gordura
02 pitadas de noz moscada
08 folhas de louro
06 cebolas médias processadas
04 pimentões médios processados
01 dose de cachaça
Caldo de 1 limão
01 molho de salsinha picada
01 molho de cebolinha picada
Farinha de milho
Preparo:
Lavar o galo e deixar escorrer. Temperar numa tigela com a metade do tempero alho e sal, a noz
moscada e o caldo de limão.
Limpar e temperar os pés de porco usando o tempero restante. Numa panela de pressão grande, refogar
a metade do alho processado, com 1 colher de coloral e a gordura, deixar dourar e a seguir acrescentar
o galo. Depois de refogado acrescentar 4 folhas de louro e água até cobrir. Deixar na pressão por
aproximadamente 20 minutos. Usar o mesmo processo com o pé de porco. Acrescentar a cachaça.
Verificar se ambos estão cozidos. Misturar em uma panela e acrescentar a cebola e o pimentão. Servir
quente acompanhado de cebolinha, salsinha e farinha de milho.
 

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Feijão Azuki e Feijãozinho Azul, informações nutricionais!

O feijão azuki, originário do Japão, é uma leguminosa selvagem, pequena e vermelha. A sua introdução na Europa deu-se após o século XX, depois de ter sido levado pelos emigrantes japoneses para o Brasil. É um alimento de grande riqueza nutricional, pois é rico em proteínas, fósforo, cálcio, ferro, potássio, zinco, fibras solúveis e vitaminas do complexo B.

Para além de propriedades diuréticas, este feijão fermenta menos do que os outros. Auxilia na formação óssea, fortifica e regenera rins cansados, sendo indicado para disfunções renais, hipertensão e diabetes. Os japoneses utilizam-no na preparação de doces com sabor suave. Na alimentação vegetariana é o ingrediente principal de feijoadas ou chili, por ser leve e saudável. Também é usado na preparação de sopas e saladas. O consumo de arroz com feijão azuki fornece ao organismo uma combinação nutricional completa.

Antes de qualquer preparação, este feijão deve ser deixado de molho durante 10 a 12 horas. Deve cozinhar-se, preferencialmente na panela de pressão, durante 30 minutos, sem sal. O sal deve ser adicionado depois da cozedura e de se deixar a água evaporar, com a tampa destapada e a chama moderada.

Com este alimento também se pode preparar uma infusão particularmente indicada para fortalecer os rins, a bexiga e os órgãos reprodutores; ajudando ainda a lidar com casos de obstipação e a eliminar o excesso de produtos animais. Para preparar esta bebida deve colocar-se uma chávena de azuki num tacho, juntamente com uma tira de alga kombu (opcional) e adicionar quatro chávenas de água. Depois de levantar fervura, deve baixar-se a chama para o mínimo e deixar o líquido borbulhar durante cerca de meia hora. No final, coa-se e bebe-se quente. Se, após ter coado os feijões, se adicionar meia chávena de rábano, nabo ou rabanete ralados, obtém-se uma variante desta infusão indicada para dissolver cálculos renais.

Atualmente, o feijão azuki é um produto relativamente fácil de encontrar em lojas de produtos naturais e até em alguns hipermercados.


Agora, para o "feijãozinho azul", que virou gente,não há palavras!
A graça, a saúde, a alegria que dá!
É só olhar, é só pegar, nem precisa morder...basta estar por perto e ver crescer!

Vida sem doce? Nem pensar! Arrisquem um Bolo Light de Maçã e Bananas!





Esta veio de Aurea Porto!

Mais uma colaboração para o Blog! Coisas gostosas que fingem que são light!
kkkkkkkk
Nessas idas e vindas diets que nós mulheres sempre estamos envolvidas, a
gente acaba achando umas receitinhas legais e rápidas que dá vontade de
compartilhar com as colegas.. Digamos que nem sempre elas são tão lights
como gostaríamos mas mesmo assim vale a pena dividir, não é?
Essa veio no jornalzinho de onde faço ginástica:

Bolo de maçã
3 maçãs picadas sem casca
2 bananas caturras em rodelas
2 copos (requeijão) de farinha de trigo (se quiser pode ser 1 de farinha
normal e outro de farinha integral)
1/2 copo (requeijão) de açucar mascavo
1/2 copo (requeijão) de açucar refinado
1/2 copo de óleo de canola
1 colher de chá de bicabornato
1 colher de chá de canela em pó
1 colher de chá de sal
Passas a gosto
2 ovos

Preparo

- Misture todos os ingredientes numa vasílha até a massa ficar bem
homogênea.
-Unte a forma pequena, tipo bolo inglês e coloque a massa levando para assar
em forno com temperatura média.
-Demora um pouco para assar, então confira se já está bem assado com um
garfo ou com aquele pauzinho japonês!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

QUASE MORRI DE QUEIJO!!

Este episódio delicioso, eu o li hoje enquanto esperava meu carro numa concessionária, atendendo a um "recall", que alertava sobre a minha...a aceleração que poderia se desgovernar, caso não trocasse uma fita protetora. Bem, tomo-o emprestado de Fernando Brant, torno-me indiscreta, como costumam ser os mineiros se lhes apraz contar um "causo". Dizem que um mineiro, se conversa com mais de dois, faz uma "inconfidência mineira" fácil, fácil. Mas a mim, o que me move, mais parece a alegria de ver Fernandinho contando coisas da infância, anterior mesmo  àquela em que topei com ele, Ronaldo, Maria Célia, e, às vezes Roberto, nalgumas partidas de bolinha de gude em Diamantina, onde fomos crianças e companheiros de brinquedos.Então encontro-me, eu mesma, com a minha  infância. Dia de "recall".

Diz ele sobre os queijos e suas variedades:
" Quando alguém diz a um mineiro essa palavra, o paladar se abre e ele sente o perfume e o gosto de seu alimento predileto"
E é aí que ele entrega, não sem um gostinho também de infância, a confissão de uma travessura até então encoberta pelo tempo, sei lá por que razão, e que ele deixa vir com o aroma e o gosto do queijo:
"Veio-me à lembrança um fato ocorrido comigo antes dos meus 5 anos, em Caldas, cidade em que nasci. Pensei em contar mas me calei, não sei por que razão. Um dia deram por minha falta e procuraram em todos os cômodos da casa, na rua, convocaram os vizinhos para a busca.Passado um tempo, alguém resolveu abrir o armário da copa. Lá estava eu, branco feito leite. Aberto a porta, eu teria escancarado a boca e minha garganta despejado meio queijo no chão. Coisa de menino mineiro esganado. Quase morri de queijo."  do Estado de Minas, 4a feira, 27 de outubro, "Conversa de mineiros"
Que delícia a imagem para nós, que prezamos o queijo a ponto de nos embriagarmos, na volúpia do gosto e do cheiro!
 Quase morrer de queijo é quase como morrer de amor!

(veja também http://criantiaecontos.blogspot.com/ )

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Amo o Galo, amor de sempre...como amo torresmo!


Quis o destino que eu nascesse no dia do aniversário do Galo.
Talvez por isso, ou não, a paixão sempre foi minha colega e companheira.
A cada aniversário, já era adulta, surpreendia-me com um enorme e vermelho buquê de rosas aveludadas,a que chamamos "príncipe negro", enviado a mim, pelo departamento de relações públicas do Atlético!
Eram tempos de fortuna...para o Galo, que acumulava vitórias e recursos e minha, pelo presente, por tal galanteria por parte do clube que eu amava tanto! Era do Galo!
Príncipe Negro, este clube e o espírito de sua torcida tomaram de assalto, assalto insidioso e constante a alma de minha família, a de origem e a que constituí ,até os três guapos e corajosos filhos, e hoje,  aos netos, todos nós revestidos de preto e branco, a cada sonho, a cada jogo, a cada derrota, a cada vitória.
Não é fácil ser atleticano, como não é fácil se entregar à vida e às paixões!
Compromisso com a cor, a alma, a voz e a turba!
Dia da Anunciação !
No nosso caso, a anunciação é de turbulência, garra, suor, sangue, risos e lágrimas, a paixão desmedida de quem não abre mão de viver!!!
Domingo à beira, de novo, de um rebaixamento, somos, atleticanos, colocados à prova!
Contra o...
o nome do adversário não importa, mas não é qualquer um!
Talvez os adversários não tenham nome mas representem aquilo contra o que não consigamos resistir: nossos medos, nossa inércia, nosso indefectível desejo de ser nada...
Mas desta vez,vitória!!!
Gostinho, aposta, postamo-nos, valentes, a postos para ainda mais ...
Como diz a menininha, atleticana, pelo vigor de sua determinação:
- "A vida não é para apreciar...a vida é pra seguir em frente!"
(veja em http://criantiaecontos.blogspot.com/ o que as crianças são capazes de dizer e fazer pensar...) 

terça-feira, 19 de outubro de 2010

PALHA ITALIANA, DE SAUDOSA MEMÓRIA!




Esta receita de saudosa memória, alegrou muitos almoços, como sobremesa, muitas festinhas de crianças e de adultos. Experimentada, como a "italiana" que a passou adiante, não deixa nada a desejar, este é o perigo! Fácil, rápida, saborosa e tem a facilidade importantíssima de não demandar vasilhas para ser servida. É na mão mesmo...Se quiser torná-la mais chique e delicada, é só cortar os cubinhos menores e colocar em forminhas.


PALHA ITALIANA

2 latas de leite condensado
400 grs de biscoito Maria ou Maisena
1 xícara de chocolate em pó
1 xícara de manteiga

Põe-se o leite condensado em uma panela, juntamente com o chocolate e a manteiga e ir mexendo. Quando começar a engrossar, juntar os biscoitos picados em pedaços pequenos. Quando aparecer o fundo da panela, retirar do fogo. Não bater. Untar um tabuleiro dos grandes com manteiga e despejar o doce. Levar um pouquinho à geladeira e em seguida retira-lo, cortando em quadradinhos. Passa-los em seguida no açúcar refinado. Fica como pé de moleque.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

"Sarça Ardente" ou "Salsa al dente" !



Minha querida amiga Ines saiu da toca!!!
E com grande estilo! Mineiro, lógico, como bom torresmo...
Adentra nosso blog com categoria invejável, lembrando a delícia do nosso linguajar, suposto caipira, mas, muito mais que isso, matreiro, leve, treteiro e estranho pra quem leu pouco e não se aprofundou-  pelas minas gerais afora, de criança até agora. Para referir-se entusiasmada ao escritor que não se reconhece escritor, mas que nos brinda com a crônica gostosa sobre "O sotaque das mineiras..."http://amotorresmo.blogspot.com/2010/10/sotaque-das-mineiras-que-nem-torresmoe.html, Felipe Peixoto Braga Netto, minha amiga escreveu:

Pois é, de onde é mesmo esse cara ? porque ele pegou na veia...pode não engordar mas, apesar de didaticamente ilegal, esse palavrório mineiro é devera uma delícia. Esses dias andei me lembrando da minha Tia Eta, que voce conheceu, e tinha o maior palavrório mineiro que já conheci.Aliás, foi de lá da casa dela que eu trouxe minha bagagem de mineirices : cafubira , por machucado,pereba; digêro, por ligeiro, anda depressa; num alói de jeito nenhum, por não sai do lugar por nada; delói , por dilui ; derrancado, por destruido, sem jeito... e por aí a fora. E confesso, que gosto muito ( e uso frequentemente ! para espanto de muitos) esse palavreado estrúdio, que veio das terras de São Francisco das Chagas do Rio Paranaiba , terra dos meus pais e onde tive a chance de aprender muito na minha infância . Beijos, Inez de Castro

Venha sempre, Nezina, venha sempre..
.Você tem histórias pra contar! Traga-nos as receitas trocadas em meio à "sarça ardente",  um tira gosto que inventamos, à falta de outros, de salsinha picada com temperos e pimenta do reino, acompanhado de pãozinho fresco,  em dias de bebericos, frio e conversa que não acaba mais!


"Sarça Ardente"

Picar miudinho um molho de salsinha fresca, catado de preferência na horta pertim da cozinha...
Misturar azeite do bom, limão, sal e pimenta do reino. Macerar um pouco e, enquanto a conversa rola, ir passando no pão fresco fatiado, acompanhado de batidinhas de pinga boa! Não tem erro! Hora de muita inspiração!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Sotaque das mineiras! Que nem torresmo...é ilegal, imoral ou engorda!



Gostoso, atrevido, tentador, mesmo que abreviado...o sotaque das mineiras soa  sedutor ...como torresmo. O texto leve e despretencioso de Felipe Peixoto Braga Netto, também! Torresmos!
   
 
"O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar...
Afinal, se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como é que o falar, sensual e lindo das moças de Minas ficou de fora? 
Porque, Deus, que sotaque!
Mineira devia nascer com tarja preta avisando: 'ouvi-la faz mal à saúde'.
Se uma mineira, falando mansinho,me pedir para assinar um contrato, doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: 'só isso?'.  
Assino, achando que ela me faz um favor...

Eu sou suspeitíssimo.
Confesso: esse sotaque me desarma.
Certa vez quase propus casamento à uma menina que me ligou por engano, só pelo sotaque.

Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas.

Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las no meio do caminho.
Não dizem: pode parar, dizem: 'pó parar'
Não dizem: onde eu estou?, dizem: 'onde queu tô.'
Os não-mineiros, ignorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem - lingüisticamente falando - apenas de uais, trens e sôs.

Digo-lhes que não.
Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade.
Fala que ele é bom de serviço.
Pouco importa que seja um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô.
Se der no couro - metaforicamente falando, claro - ele é bom de serviço.
Faz sentido...
Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem.
Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra outra: 'cê tá boa?'.
Para mim, isso é pleonasmo.
Perguntar para uma mineira se ela tá boa é desnecessário...

Há outras.
Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada.
Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer: - Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc).
O verbo 'mexer', para os mineiros, tem os mais amplos significados.

Quer dizer, por exemplo, trabalhar.
Se lhe perguntarem com o que você mexe, não fique ofendido.
Só querem saber o seu ofício.
Os mineiros também não gostam do verbo conseguir.
Aqui ninguém consegue nada.
Você não dá conta.
Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz: '- Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não, sô.'
Esse 'aqui' é outra delícia que só tem aqui.
É antecedente obrigatório, sob pena de punição pública, de qualquer frase.
É mais usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção: é uma forma de dizer 'olá, me escutem, por favor'.
É a última instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor.


Mineiras não dizem 'apaixonado por'.
Ouve-se a toda hora: 'Ah, eu apaixonei com ele...'
Ou: 'sou doida com ele' (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro). 
Eu preciso avisar à língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira.
Nada pessoal
Aqui certas regras não entram.
São barradas pelas montanhas.
Por exemplo: em Minas, se você quiser falar que precisa ir a um lugar, vai dizer: - 'Eu preciso de ir..'
Onde os mineiros arrumaram esse 'de', aí no meio, é uma boa pergunta...

Só não me perguntem!
Mas que ele existe, existe.
Asseguro que sim, com escritura lavrada em cartório.


No
supermercado, o mineiro não faz muitas compras, ele compra um tanto de coisa...

O supermercado não estará lotado, ele terá um tanto de gente.
Se a fila do caixa não anda, é porque está agarrando lá na frente.
Entendeu? Agarrar é agarrar, ora!

Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena, suspirará: '- Ai, gente, que dó.'

É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras...

Não vem caçar confusão pro meu lado!  
Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro 'caça confusão'.
Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar, para se fazer entendido, que ele 'vive caçando confusão'.

Ah, e tem o 'Capaz...'
Se você propõe algo a uma mineira, ela diz: 'capaz' !!!

Vocês já ouviram esse 'capaz'?
É lindo. Quer dizer o quê?

Sei lá, quer dizer 'ce acha que eu faço isso'!? - com algumas toneladas de ironia... 
Se você ameaçar casar com a Gisele Bundchen, ela dirá: 'ô dó dôcê'.
Entendeu? Não? Deixa para lá.

É parecido com o 'nem...' . Já ouviu o 'nem...'?
Completo ele fica: '- Ah, nem...'   
O que significa?
Significa, amigo leitor, que a mineira que o pronunciou não fará o que você propôs de jeito nenhum.
Mas de jeito nenhum mesmo.
Você diz: 'Meu amor, cê anima de comer um tropeiro no Mineirão?'.
Resposta: 'nem...'
Ainda não entendeu? Uai, nem é nem.

Leitor, você é meio burrinho ou é impressão?

Preciso confessar algo: minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras.

Aliás, deslizes nada.
Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja com a razão.

Se você, em conversa, falar: 'Ah, fui lá comprar umas coisas...'..
- Que's coisa? - ela retrucará.
O plural dá um pulo.
Sai das coisas e vai para o 'que'!

Ouvi de uma menina culta um 'pelas metade', no lugar de 'pela metade'.
E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa, confidenciará:
- Ele pôs a culpa 'ni mim'.

A conjugação dos verbos tem lá seus mistérios,
em Minas...
Ontem
, uma senhora docemente me consolou: 'preocupa não, bobo!'.
E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas conjugações mineiras nem se espantam.
Talvez se espantassem se ouvissem um: 'não se preocupe', ou algo assim.
Fórmula mineira é sintética e diz tudo.

Até o tchau, em Minas, é personalizado.
Ninguém diz tchau, pura e simplesmente.
Aqui se diz: 'tchau pro cê', 'tchau pro cês'.
É útil deixar claro o destinatário do tchau..."


Felipe Peixoto Braga Netto diz que nunca publicou nada, mas o trecho acima foi extraído do livro dele, 'As coisas simpáticas da vida', publicada pela "Landy Editora", São Paulo (SP) - 2005, pág. 82.